O Banco Central brasileiro subiu, nesta quarta-feira (03) a Taxa Selic em 0,5 p.p, a 13,75%. Esse é o maior patamar desde o reajuste de dezembro de 2016 até 11 de janeiro de 2017, quando a taxa também estava em 13,75%.
Embora diversas outras crises inflacionárias já tenham acontecido no Brasil, esta é uma situação de atenção para o mercado financeiro e grande parte dos investidores.
Para 2022 é esperado que o índice seja relativamente alto, portanto, é muito importante ficar atento aos investimentos e fazer boas escolhas na hora de alocar os ativos. Confira neste artigo algumas dicas para se proteger da inflação.
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Qual o impacto da inflação no seu bolso

A inflação é um efeito econômico em que o valor dos produtos e serviços ficam mais caros, ocasionando um custo de vida mais elevado. O IPCA funciona como o medidor oficial de inflação, sendo usado como parâmetro pelo Conselho Monetário Nacional para ajustar as metas da inflação e pelo Copom (Comitê de Política Monetária) para revisar a Selic – taxa básica de juros da economia.
Esse medidor avalia a variação de preços de determinados produtos que compõem a cesta de consumo dos brasileiros – que é definida também pelo IBGE por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que verifica o que a população tem consumido e quanto é gasto com cada um desses itens.
Os elementos que sempre estão inseridos na lista são: arroz, feijão, passagem de ônibus, material escolar e médico, entre muitos outros serviços e produtos que fazem parte da cultura de consumo do brasileiro.
Além da variação de preços, o IPCA também mede o peso que cada item tem no orçamento das famílias, por isso é muito importante ficar atento à sua variação, pois, em um cenário de inflação alta, o custo de vida como um todo se eleva e o consumidor perde o poder de compra.
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O que faz o IPCA subir ou descer?
Existem diversos motivos, mas, de início, é a lei da oferta e da procura. Em geral, o produto sobe de preço se a sua procura aumenta e a oferta desse item permanece igual ou menor. Um exemplo é o resultado das safras, que se for farta o produtor pode vender a um preço menor, fazendo com que a inflação caia.
O dólar também é um importante indicador visto que muito do que o brasileiro consome é importado pelo país e pago pelos distribuidores nacionais em dólar. Logo, se a moeda americana encarece, o preço desses produtos sobe.
É interessante mencionar que a redução do IPCA não significa que os preços gerais diminuíram, mas que cresceram menos do que no mês anterior. Para haver queda nos preços é preciso que o índice seja negativo.
Como o IPCA impacta os investimentos?
O aumento do índice é quase sempre atrelado à elevação da Selic, que é usada como indexador de muitos investimentos, como em Renda Fixa, Tesouro Direto, LCIs, CDBs, entre outros.
Sendo assim, o IPCA tem impacto indireto na rentabilidade desses papéis que se beneficiam de uma inflação crescente. Além disso, é esperado que os investimentos rendam mais que o IPCA para garantir que o poder de compra seja ampliado.
4 dicas para se proteger da inflação em 2022
Para preservar seu bolso e ter um rendimento acima da inflação é essencial buscar maneiras de se proteger. Veja algumas dicas para atingir esse objetivo e preservar seu patrimônio.
1. Invista em ativos atrelados à inflação
Esses investimentos são, em sua maioria, de Renda Fixa, mas permitem que o capital aplicado replique o desempenho do seu indexador. Dentre os investimentos atrelados à inflação, temos:
Debêntures: títulos de renda fixa emitidos por empresas privadas que, geralmente, usam índices inflacionários na definição dos juros pagos ao investidor.
LCA/LCI: as letras de câmbio são emitidas por empresas privadas e oferecem uma rentabilidade próxima à inflação. Entretanto, esses ativos podem ser atrelados ao CDI que, em um cenário de alta, não segue um índice inflacionário.
Tesouro IPCA: são títulos públicos que pagam um prêmio adicional à inflação, garantindo juros reais ao investidor.
ETFs: os fundos negociados em bolsa replicam o desempenho de índices de inflação.
2. Tenha exposição à moeda estrangeira
A inflação está presente em diversos países, como nos Estados Unidos que teve o índice de preços ao consumidor mais alto em 39 anos. Diante disso, o Federal Reserve (banco americano) declarou estar pronto para adotar as medidas necessárias para conter os preços, como o aumento da taxa de juro.
Visto esse cenário, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são certificados de depósito que representam a ação de uma empresa estrangeira. Dessa forma, você garante o ganho de capital com a valorização do ativo e os dividendos.
3. Cuidado com investimentos atrelados ao juros
Com a inflação elevada, é comum que as taxas de juros não consigam compensar o valor e, por isso, o Banco Central começa um movimento de elevação da taxa Selic como ferramenta de política monetária.
Isso não significa que os investimentos atrelados aos juros sejam ruins, no entanto, para proteger a sua carteira da inflação crescente, esses investimentos podem ser insuficientes.
4. Fundos Imobiliários
Em 2021, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGPM) ficou mais inflacionado que o IPCA, acumulando uma alta de 17,78%. Se o investidor pegar os fundos em uma janela de 1 ano, os FIIs se tornam uma opção para blindar a carteira contra a inflação. Por outro lado, quando o preço cai, o yield dos dividendos sobe e o investidor consegue comprar fundos abaixo do valor patrimonial e com dividendos altos.
Também é possível olhar para os fundos de papéis e entender o quanto tal aplicação está indexada ao IPCA e IGPM. Esses fundos são bastante diversificados e conseguem fazer uma entrega relativamente boa.
Colocando essas dicas em prática, você estará preparado para lidar com períodos ruins e reduzir o impacto da inflação no seu bolso.
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