O Ibovespa, principal índice da B3, tem enfrentado um forte período de turbulência nos últimos meses, caindo em meio a uma combinação de riscos fiscais, avanço da inflação, alta acentuada da Selic e do dólar. Uma das grandes dúvidas do mercado é o que esperar para a Bolsa Brasileira em 2022.
Nesse artigo, explicaremos os cenários para que você, investidor, fique por dentro e tome boas decisões em seus investimentos.
Boa leitura!
Índice
Perspectivas para 2022
Segundo levantamento feito pelo analista da Empiricus, Matheus Spiess, até o dia 28 de dezembro o setor financeiro e o de consumo discricionário respondiam por 70% da queda do índice, enquanto outras 10 ações que mais caíram no Ibovespa em 2021 eram responsáveis por 65% da queda.
A princípio, em 2022 os riscos devem continuar, somados aos efeitos das eleições presidenciais que prometem acrescentar ainda mais volatilidade ao mercado. Com essas preocupações no radar, é importante se atentar a alguns tópicos presentes em 2021, confira:
- Juros. A Selic fechou 2021 em 9,25% e o ciclo de alta de juros deve continuar em 2022.
- Inflação e desalinhamento entre IPCA e IGP-M. O descompasso entre os índices mostra que o IPCA deve continuar acima da meta do Banco Central por mais tempo que o esperado.
- Política. A disparidade entre os poderes deve continuar em 2022, provocando mais volatilidade na bolsa de valores.
- Inflação nos EUA. O presidente do Fed, Jerome Powell, terá a missão de controlar a inflação, que em 2021 atingiu o seu maior patamar desde 1982.
- Câmbio. Após subir mais de 7% no último ano, deve continuar pressionado pelo risco fiscal e político.
Preço-alvo do Ibovespa em 2022
Recentemente houve um aumento significativo nas taxas de juros devido ao aumento dos riscos fiscais e políticos no país – o que pressionou o valor justo do Ibovespa em todas as métricas (DCF, metas de P/L e EV/EBITDA). Com isso, o preço-alvo estipulado pela XP para o Ibovespa 2022 é de 123.000 pontos.

Análise de cenários
Segundo a análise feita pela Expert XP, usando um cenário pessimista, base e otimista, a Bolsa Brasileira continua barata, seja pela relação Preço/Lucro, excluindo commodities, comparando com a renda fixa ou outras Bolsas.
A premissa da análise no cenário Base assume a atual taxa de juros real de longo prazo de 5,5%, seguindo de P/E de 8,5x (versus o atual de 7,6x) e o EV/EBITDA de 5,5x (versus o atual de 5,0x).
Porém, para que o caso de Alta e Base aconteçam, os riscos nacionais e globais devem diminuir primeiro.

Volatilidade
2022 é ano de eleições, por isso, o mercado tende a apresentar bastante volatilidade. A tendência de oscilações faz com que os investimentos na Bolsa de Valores se tornem de maior risco.
Para o investidor que quer manter as apostas na B3, setores como os de commodities agrícolas, pecuárias, minerárias e entidades bancárias são opções que podem trazer resultados positivos.
Além das eleições, há outro fator de risco para o mercado: o ressurgimento de novas ondas de Covid-19, que podem paralisar a indústria e afetar a normalização do fluxo de insumos e impactar a inflação. O PIB também é um motivo para ficar atento, já que tende a evoluir nos países ricos e frustrar os emergentes.
Recomendações da XP
A XP aponta que, para se posicionar em ações brasileiras neste ano, três premissas devem ser levadas em consideração, sendo elas:
- Exposição em commodities, que continuam oferecendo uma boa proteção contra inflação e o dólar mais alto, ressaltando os papéis da Vale (VALE3), Klabin (KLBN11) e Gerdau.
- Crescimento secular, que dependem menos do ambiente macroeconômico. Entre os nomes estão Assaí (ASAI3), WEG (WEGE3) e Localiza (RENT3).
- Oportunidades específicas, com exposições em empresas de qualidade que tiveram uma forte queda recentemente e que podem se beneficiar de uma recuperação no mercado. Esse é o caso de shoppings como Multiplan e de papéis como Banco do Brasil (BBS3).
*Reforçando que essa é uma recomendação da XP e que não representa, necessariamente, uma recomendação de carteira da Ethimos.