A China está enfrentando um período de crescimento econômico mais fraco. Alavancada pela política de tolerância zero contra a Covid-19, alguns economistas já estão usando o termo “recessão”. Mas, como a economia chinesa afeta seus investimentos?
Neste artigo, mostramos o que levou a economia chinesa a uma desaceleração, os dados e quais os impactos para o Brasil e para os seus investimentos.
Boa leitura!
Índice
Como se deu a desaceleração da China?
Existem 3 principais fatores que culminaram na desaceleração da China, sendo eles:
- Tolerância zero contra a Covid-19
- Setor imobiliário em crise
- Repressão à indústria de tecnologia
Política de zero Covid-19
Na China, a orientação para conter o coronavírus é tentar mantê-lo fora do território a todo custo. Com isso, o país tem implementado rigorosos lockdowns para controlar novos surtos, além da política de testagem.
O custo econômico dessa estratégia levou as instituições a reduzir as projeções de crescimento da economia chinesa em 2022, passando de 4.8% para 4.3%.
Setor imobiliário em crise
O setor imobiliário, que responde por cerca de 15% do PIB chinês, vem dando sinais de esgotamento. Os imóveis estão caros, cidades-fantasma se espalharam pelo país devido à baixa demanda e empresas endividadas.
O governo reconhece que há desequilíbrios no setor, no entanto, só recentemente vem tentando consertá-los.
Repressão à indústria de tecnologia
Outro motor da economia chinesa é o setor de tecnologia – que também está no cerco regulatório empreendido pelo governo.
Os novos controles tem se manifestado em áreas desde a cibersegurança até a legislação antimonopólio. Essas medidas fizeram com que o setor perdesse o fôlego e grandes multinacionais registrassem crescimento menor e até mesmo queda nas receitas.
Dados da economia chinesa

Nesta segunda-feira (16), a China divulgou os dados econômicos de abril. Segundo o relatório, as vendas no varejo e a produção industrial foram piores do que os analistas esperavam – mesmo considerando que áreas importantes do país enfrentam períodos de lockdowns.
Em abril, a China experimentou uma queda brusca em duas atividades que sustentam a economia do país: o varejo e a indústria.
O recuo da indústria chinesa é preocupante para a economia global, visto que a China atualmente fornece produtos e componentes que alimentam cadeias de produção.
Com a escassez desses produtos, há o risco de descasamento entre oferta e demanda ao redor do mundo. O que, por sua vez, pode resultar em uma nova aceleração da inflação.
Já no setor de varejo chinês, o recuo veio pior que o esperado: o volume de vendas caiu 11.1% no mês de abril, sendo que o esperado era 6.1%.
E não para por aí: o aumento do desemprego na maior população do planeta foi de 6,7%, o que faz com que haja uma diminuição no consumo do país.
É importante ressaltar que a China importa diversos produtos do Brasil, como grãos e carne, e caso a situação se agrave as companhias brasileiras podem sofrer as consequências.
Quais os impactos da desaceleração da economia chinesa para o Brasil?
A China é um grande consumidor das commodities que o Brasil produz e um fornecedor de tudo o que você possa imaginar para os Estados Unidos – que também é um grande comprador de produtos brasileiros.
Esses dados negativos na China indicam uma atividade mais fraca da economia americana – o que é um sinal claro de menor dinamismo econômico no mundo todo.
Isso evidencia que os riscos de uma retração global são altos.
Em um cenário de alta de juros nos Estados Unidos, o dólar fica mais forte em relação às demais moedas e, nesse caso, uma queda nas compras de commodities brasileiras pela China amplifica esse movimento.
Isso acontece porque a taxa de câmbio é o preço de uma moeda em relação à outra. Assim, a troca entre o dólar e o real depende da oferta e demanda da moeda americana.
Com exportações brasileiras menores, a oferta do dólar diminui e seu preço aumenta. Dessa forma, é preciso gastar mais reais para comprar mais dólares e isso pressiona a inflação e obriga o Banco Central a manter os juros elevados por mais tempo.
Como investir nesse cenário?
Independentemente do momento, investir é uma ótima opção para quem deseja aumentar as chances de ser bem-sucedido financeiramente.
Entretanto, para ter um melhor acompanhamento da carteira e recomendações mais personalizadas, é ainda melhor contar com a ajuda de um assessor de investimentos.
Esses profissionais estão de olho em tudo o que acontece no mercado para que possam recomendar os produtos de investimento mais adequados para o atual momento.