Onde investir R$ 100 mil?

Com tantas opções disponíveis no mercado financeiro, o investidor pode ter a dúvida sobre onde investir 100 mil reais. Em um período de grandes acontecimentos na economia nacional e internacional, o desempenho dos produtos e a hora certa de investir em cada um depende de muitos fatores.

Por isso, é muito importante tomar uma decisão assertiva na hora de montar a carteira de R$ 100 mil. Sou economista e assessor de investimentos e vou explicar, neste artigo, tudo que você precisa saber para investir esse valor.

Continue neste conteúdo e encontre respostas para:

  • Onde investir R$ 100 mil;
  • Reflexões para montar uma carteira de R$ 100 mil;
  • Fatos que influenciam o desempenho do mercado financeiro.

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Como investir R$ 100 mil?

Ainda que superficialmente, imagino que contextualizar a economia nos últimos anos possa ser uma boa forma de iniciarmos a composição de qualquer estratégia, seja ela de R$ 100 mil, seja ela de mais ou de menos valor.

De alguns anos para cá, investimentos e gestão de patrimônio são temas que têm atraído cada vez a atenção das pessoas. Não à toa, vimos o número de investidores pessoas físicas disparar na B3, a nossa bolsa de valores brasileira.

Em 2016, a economia brasileira passava por um período de extrema instabilidade. Com juros e inflação em patamares elevados, poucas eram as pessoas físicas que se aventuravam em investimentos de renda variável. Afinal, por que correr riscos se títulos públicos conseguem me remunerar 1% ao mês?

Com a aprovação do teto de gastos no Congresso, ainda em dezembro de 2016, esse mesmo pensamento já começava a se perder na prática. A medida veio como freio regulatório a um dos principais problemas históricos da economia brasileira: o descontrole das finanças públicas.

Pode parecer algo simples, mas limitar a evolução dos gastos públicos à arrecadação efetiva da União, corrigida em fiel medida pela evolução da inflação vigente, foi ponto de partida para que a economia brasileira pudesse ver sua inflação e seus juros em níveis próximos a 4% em 2019.

Em outras palavras, a criação de uma lei que impedisse que o setor público gastasse mais do que conseguia arrecadar, foi suficiente para iniciar um movimento que fomentaria a atividade econômica, o emprego e a procura pelo investimento em companhias privadas.

Mudanças nos investimentos

Com o passar do tempo, mais investidores começaram a se interessar por renda variável. Os imóveis, antiga paixão dos brasileiros, passaram a dividir atenções com os FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliário). As empresas com bons históricos de dividendos começaram a atrair quem antes utilizava seu patrimônio para geração de renda mensal. E como esquecer daqueles que juravam ter encontrado “a nova Magalu”?

Em determinado momento, chegamos até mesmo a ouvir comentários como “a renda fixa morreu” e até mesmo “para que imóveis se posso ter dividendos?”.

Tudo parecia muito bom para ser verdade. Até que em 2020, subitamente, uma das maiores crises econômicas e sanitárias da história recente abalou os mercados.

Março de 2020 foi um mês muito importante para os investidores. O investidor não apenas descobriu finalmente que renda variável também varia para baixo – quem diria, não é mesmo? – como também descobriu que a renda fixa nem sempre é assim, tão fixa.

Desde então, o cenário que víamos sendo construído gradativamente desde 2016 começou a se tornar instável. As incertezas quanto ao desempenho das economias em uma pandemia provaram uma fuga de capitais dos mercados emergentes. Afinal, se estamos em tempos instáveis, é razoável preferirmos ter nossos recursos em moedas fortes (dólar e euro, por exemplo) a moedas instáveis.

Alta do dólar e da inflação

O pico de incertezas e fuga de capitais contribuíram para um cenário em que o câmbio nos países emergentes se desvalorizasse (perdesse valor) em relação a moedas mais sólidas. A alta do câmbio contribuiu para que a matéria-prima das indústrias se encarecesse.

Afinal, commodities são geralmente negociadas em dólares. Após certo tempo, com suas margens sendo comprimidas pela alta dos custos, as indústrias começam a repassar os preços aos consumidores. Até que, em setembro de 2020, nossa inflação ao consumidor, medida pelo índice IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) começa a acelerar.

Coronavírus

Vamos voltar para o início da pandemia de coronavírus, em março de 2020, quando empregos, empresas e famílias se viam ameaçadas economicamente. Eis que surgem os heróis de terno: os governos nacionais de quase todas as nações iniciam um processo de subsídio ao consumo, os famosos auxílios emergenciais.

Afinal, para que as pessoas não percam seus empregos, as empresas precisam vender seus produtos e serviços para poder honrar salários. Com cheques chegando à população, esse consumo pode se manter nivelado por certo período. As economias pelo mundo se viam, então, inundadas com recursos.

O remédio parecia funcionar. E se a diferença entre remédio e veneno muitas vezes pode se resumir à dose aplicada, vários economistas começam a se perguntar: até que ponto a dose de auxílio continuaria a ser de fato benéfica e não a causadora de um possível processo inflacionário?

Reaquecimento econômico

Com o anúncio de três das principais vacinas empregadas mundialmente em novembro de 2020, os mercados tornaram a se animar. As perspectivas eram mais otimistas, e a inflação era tida como “temporária” quase que consensualmente pelo mercado.

Estímulos continuaram a ser fornecidos pelos países. Que maravilha! A demanda estava estável e cada vez maior, e as empresas conseguiriam vender cada vez mais.

Mas como estava a oferta? Por questões sanitárias, grande parte das plantas industriais parou em 2020, não produzindo em nível suficiente para repor os estoques que eram demandados com certa estabilidade por conta dos estímulos.

E o resultado? Entenderemos com uma analogia. Vamos definir aqui que o preço das coisas é o quanto concordamos trocar de dinheiro por um produto ou por um serviço. Nessa linha, quando mais raro e desejado é um produto, mais tendemos a pagar por ele. É a relação oferta e demanda.

Enfim, chega de economês e vamos entender onde investir 100 mil reais.

Onde investir R$ 100 mil?

Reforço aqui, antes mesmo de começarmos a falar sobre carteiras, a importância de sempre considerarmos o improvável em nossas ideias. Afinal, o fato de uma pandemia ser improvável não impediu que dominasse o mundo em 2020.

Convém também ressaltar que não é o valor da carteira que determina o perfil do investimento, mas sim a atração ou repulsão do investidor por risco.

Por fim, abordaremos apenas valores destinados a carteiras de investimento. Assumo aqui que a reserva de emergência já está feita e investida de forma segregada da carteira de investimentos. Por isso, falaremos somente do portfólio voltado à construção de patrimônio.

Afinal, como investir 100 mil, Fred?

A verdade é que existem inúmeras formas e estratégias de investimentos para se explorar com investimentos de R$ 100 mil. Inclusive, vale muito a pena conversar com um assessor de investimentos para ver qual delas melhor se encaixa ao seu perfil de investimentos e ao seu plano. Não invista sem um plano!

Mantendo uma reserva

Primeiramente, é importante manter caixa para lidar melhor com as oscilações do mercado. Manter caixa é ter sempre reservado, em aplicações previsíveis e com fácil resgate, uma quantia proporcional à exposição que queremos ter.

Suponha, por exemplo, para que você alcance seus objetivos investindo R$ 100 mil, definimos que a alocação ideal em renda variável brasileira seja de 20% do portfólio. Determinamos também que para que sua carteira tenha uma trajetória menos instável, outros 20% do seu portfólio estará alocado em estratégias multimercado.

Além disso, definimos também que cerca de 20% da sua carteira estará investida em rendas fixas com prazos, riscos e retornos distintos. Até aqui, em 3 classes de ativos já empregamos cerca de 60% da sua carteira. O que faremos com os 40% restantes? Alocaremos em algo extremamente previsível e com alta liquidez.

Carteira para investimento de R$ 100 mil

É praticamente impossível estimar com precisão as direções em que os mercados oscilarão e mais difícil ainda antever a amplitude desses movimentos. Assim, a única coisa que podemos controlar é a forma com a qual expomos nosso patrimônio a cada uma dessas oscilações.

‘Fôlego’ para as oscilações

Suponha que sua carteira de renda variável dobre de valor. Você, feliz da vida, percebe que agora essa parcela da sua carteira vale cerca de um terço do seu patrimônio. Ao mesmo tempo, todas as demais classes de produto às quais você quis se expor estão com concentração menor do que a que você gostaria. O que fazer?

Esta é a hora em que geralmente o investidor novato retira dinheiro das demais aplicações para reforçar aquela que mais está trazendo retorno ao portfólio. Ao fazer isso, a carteira fica extremamente concentrada em um único ativo.

Depois de um tempo de longas altas, o mercado simplesmente passa por uma correção, momento em que os ativos que variaram muito em uma direção tendem a retornar um pouco. Esse aumento de posição pode causar uma perda maior durante essa queda do que o ganho que você havia antes tido.

Estratégias de alocação

Para evitar as “correções” do mercado, pense na sua alocação inicial e redistribua. Se sua carteira de renda variável tomou um tamanho maior que o desejado, parabéns! Você está mais rico.

Mas lembre-se que riscos ainda existem e ignorá-los pode custar caro. Realize parte dos seus ganhos. Venda seus lucros e distribua novamente entre as classes de produtos que perderam relevância. Mantenha sempre seu percentual de alocação firme na cabeça.

Controle a exposição ao mercado

Se nessa situação trouxemos um cenário em que você vendeu com lucros, vamos pensar agora o cenário oposto.
Março de 2020. Sua carteira de renda variável em poucos dias passou a valer metade do que antes valia. De 20%, representa agora menos de 10% do seu patrimônio.

O que fazer? Nesse momento, o investidor tende a vender sua renda variável, pois ela está “caindo muito”. Eis que vem a correção em abril… maio… junho… e você fica de fora daquilo, pois realizou suas perdas em momento de pânico.

Da mesma forma que manter suas alocações ideais em momentos de alta lhe traz ganhos, nos momentos de baixa isso também é importante. Se em meio ao pânico, o investidor utiliza parte do seu caixa, que percentualmente passou a representar mais do que deveria, para adquirir mais ativos das outras classes, ele na verdade teria aproveitado umas das maiores promoções que o mercado já viu.

Essas situações são intuitivas? Não! Longe disso. Mas olhado de forma mais racional, temos duas situações extremas em que o risco do investidor poderia ter sido exatamente o mesmo.

Se você controla suas aplicações pensando sempre no que pode acontecer, ou se mantém fiel ao plano e as alocações desenhadas, tanto na alta quanto no apocalipse você teria a mesma exposição: 20% em renda variável, 20% em multimercados, 20% em boas rendas fixas e 40% em caixa. Situações exatamente opostas, mas ambas com mesmo risco e posicionamento pensados para ganho.

Como e onde investir 100 mil?

Se a dúvida é como montar uma carteira de investimentos de R$ 100 mil, a resposta é: diversifique os ativos que se complementem e tenha um bom plano de investimentos!

Para investir R$ 100 mil, é importante lembrar da diversificação da carteira:

  • 20% em renda variável;
  • 20% em fundos multimercados;
  • 20% em boas rendas fixas
  • 40% em caixa.

Além disso, neste artigo, você entendeu que os principais pontos para investir R$ 100 mil são:

  • Manter uma reserva;
  • Ter uma estratégia de alocação;
  • Diversificar a carteira;
  • Controlar a exposição ao mercado.

Além disso, é fundamental que você conte com um assessor de investimentos, profissional dedicado a entender quais são os percentuais de alocação ideais para cada investidor em cada etapa do plano de investimentos.

Na Ethimos Investimentos a qualidade do atendimento é comprovada pelo selo NPS (Net Promoter Score), e os profissionais estão sempre em capacitação para ter a melhor performance do mercado. 

Converse com um especialista em investimentos. 

*Artigo escrito por Frederico Ilenburg, economista e assessor de investimentos da Ethimos.

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